Álvaro de Campos

Portugal

n. 15 Out 1890

100 Poemas

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    Insónia

    Álvaro de Campos
    Não durmo, nem espero dormir.
    Nem na morte espero dormir.

    Espera-me uma insónia da largura dos astros,
    E um bocejo inútil do comprimento do mundo.

    Não durmo; não posso ler …

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    Eu que me Aguente Comigo

    Álvaro de Campos
    Contudo, contudo,
    Também houve gládios e flâmulas de cores
    Na Primavera do que sonhei de mim.
    Também a esperança
    Orvalhou os campos da minha visão involuntária,
    Também tive quem também …

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    Que Noite Serena!

    Álvaro de Campos
    Que noite serena!
    Que lindo luar!
    Que linda barquinha
    Bailando no mar!

    Suave, todo o passado — o que foi aqui de Lisboa — me surge...
    O terceiro andar das …

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    Dobrada à Moda do Porto

    Álvaro de Campos
    Um dia, num restaurante, fora do espaço e do tempo,
    Serviram-me o amor como dobrada fria.
    Disse delicadamente ao missionário da cozinha
    Que a preferia quente,
    Que a dobrada (e …

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    Ao Volante

    Álvaro de Campos
    Ao volante do Chevrolet pela estrada de Sintra,
    Ao luar e ao sonho, na estrada deserta,
    Sozinho guio, guio quase devagar, e um pouco
    Me parece, ou me forço um …

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    Ode Marítima

    Álvaro de Campos
    Sozinho, no cais deserto, a esta manhã de Verão,
    Olho pro lado da barra, olho pro Indefinido,
    Olho e contenta-me ver,
    Pequeno, negro e claro, um paquete entrando.
    Vem muito …

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    Sou Lúcido

    Álvaro de Campos
    Cruzou por mim, veio ter comigo, numa rua da Baixa
    Aquele homem mal vestido, pedinte por profissão que se lhe vê na cara,
    Que simpatiza comigo e eu simpatizo com …

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    Vale a Pena Sentir para ao Menos Deixar de Sentir

    Álvaro de Campos
    Vai pelo cais fora um bulício de chegada próxima,
    Começam chegando os primitivos da espera,
    Já ao longe o paquete de África se avoluma e esclarece.
    Vim aqui para não …

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    Depus a Máscara

    Álvaro de Campos
    Depus a máscara e vi-me ao espelho. —
    Era a criança de há quantos anos.
    Não tinha mudado nada...
    É essa a vantagem de saber tirar a máscara.
    É-se sempre …

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    Acaso

    Álvaro de Campos
    No acaso da rua o acaso da rapariga loira.
    Mas não, não é aquela.

    A outra era noutra rua, noutra cidade, e eu era outro.
    Perco-me subitamente da visão imediata, …

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