A uma Ausência
António Barbosa Bacelar
Sinto-me, sem sentir, todo abrasado
No rigoroso fogo que me alenta;
O mal, que me consome, me sustenta;
O bem, que me entretém, me dá cuidado.
Ando sem me mover, …
No rigoroso fogo que me alenta;
O mal, que me consome, me sustenta;
O bem, que me entretém, me dá cuidado.
Ando sem me mover, …
A umas Saudades
António Barbosa Bacelar
Saudades de meu bem, que noite e dia
A alma atormentais, se é vosso intento
Acabardes-me a vida com tormento,
Mais lisonja será que tirania.
Mas, quando me matar vossa …
A alma atormentais, se é vosso intento
Acabardes-me a vida com tormento,
Mais lisonja será que tirania.
Mas, quando me matar vossa …
Retrato de um Bêbado
António Barbosa Bacelar
Perdi-me vendo a pipa, o torno aberto;
Minha alma está metida em vinho tinto;
Tão bêbado estou que já não sinto
Ser bêbado coberto ou encoberto.
Tenho a cama longe, …
Minha alma está metida em vinho tinto;
Tão bêbado estou que já não sinto
Ser bêbado coberto ou encoberto.
Tenho a cama longe, …
Amoroso Desdém num Belo Agrado
António Barbosa Bacelar
Amoroso desdém num belo agrado,
No mais duro ferir um doce jeito,
Tirania suave em brando aspeito,
Olhos de fogo em coração nevado,
No vestir um asseio descuidado,
Ingratidão amável …
No mais duro ferir um doce jeito,
Tirania suave em brando aspeito,
Olhos de fogo em coração nevado,
No vestir um asseio descuidado,
Ingratidão amável …
A uma Dama
António Barbosa Bacelar
Por fazer lisonja às flores
De flores touca o cabelo
Nise, a gala do donaire,
Nise, a glória dos desejos.
Invejosas as estrelas
Murmuraram tanto emprego,
Se as não contentara …
De flores touca o cabelo
Nise, a gala do donaire,
Nise, a glória dos desejos.
Invejosas as estrelas
Murmuraram tanto emprego,
Se as não contentara …