Aparição
Edmundo Bettencourt
A mulher que por mim passou na rua, há pouco,
foi uma coisa diáfana, gentil,
cedo, a pairar
na sombra dum jardim
com flores, em baixo, ajoelhadas,
ao senti-la na …
foi uma coisa diáfana, gentil,
cedo, a pairar
na sombra dum jardim
com flores, em baixo, ajoelhadas,
ao senti-la na …
Noite Vazia
Edmundo Bettencourt
Crescimento do silêncio a devorar as nuvens.
Voo incansável e monótono das aves brancas do cérebro.
Florida e ondulada suspensão da mágoa.
As ferocidades são ternuras desmaiando na estepe adivinhada. …
Voo incansável e monótono das aves brancas do cérebro.
Florida e ondulada suspensão da mágoa.
As ferocidades são ternuras desmaiando na estepe adivinhada. …
Vigília
Edmundo Bettencourt
No panorama de frio
jazia cristalizado o voo dos gaviões.
Ao seu encontro ia fremente
o respirar da terra quente quase adormecida.
Fluía um riso irónico das dentaduras alvas da …
jazia cristalizado o voo dos gaviões.
Ao seu encontro ia fremente
o respirar da terra quente quase adormecida.
Fluía um riso irónico das dentaduras alvas da …
Ar Livre
Edmundo Bettencourt
Enquanto os elefantes pela floresta galopavam
no fumo do seu peso,
perto, lá andava ela nua a cavalgar o antílope,
com uma asa direita outra caída.
E a amazona seguia... …
no fumo do seu peso,
perto, lá andava ela nua a cavalgar o antílope,
com uma asa direita outra caída.
E a amazona seguia... …
Poema de Amor
Edmundo Bettencourt
A noite é cheia de vales e baías.
E do meu peito aberto um rio largo de sangue...
Águas densas, de correntes lentas,
serpentes mortas a arrastarem-se.
Águas?
Águas negras, …
E do meu peito aberto um rio largo de sangue...
Águas densas, de correntes lentas,
serpentes mortas a arrastarem-se.
Águas?
Águas negras, …