Gregório De Matos

Gregório De Matos

Brasil — Advogado e poeta

23 Dez 1636 // 26 Nov 1696

39 Poemas

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    Gregório De Matos Coplas

    Gregório De Matos
    Não sei, para que é nascer
    neste Brasil empestado
    um homem branco, e honrado
    sem outra raça.

    Terra tão grosseira, e crassa,
    que a ninguém se tem respeito,
    salvo quem …

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    Gregório De Matos Defende Seu Poeta por Seguro, Necessário, e Reto Seu Primeiro Intento sobre Satirizar os Vícios

    Gregório De Matos
    Eu sou aquele, que os passados anos
    Cantei na minha lira maldizente
    Torpezas do Brasil, vícios, e enganos.

    E bem que os decantei bastantemente,
    Canto segunda vez na mesma lira …

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    Gregório De Matos Define a Sua Cidade

    Gregório De Matos
    De dois ff se compõe
    esta cidade a meu ver:
    um furtar, outro foder.

    Recopilou-se o direito,
    e quem o recopilou
    com dous ff o explicou
    por estar feito, e …

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    Gregório De Matos Descreve a Vida Escolástica

    Gregório De Matos
    Mancebo sem dinheiro, bom barrete,
    Medíocre o vestido, bom sapato,
    Meias velhas, calção de esfola-gato,
    Cabelo penteado, bom topete.

    Presumir de dançar, cantar falsete,
    Jogo de fidalguia, bom barato,
    Tirar …

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    Gregório De Matos Descreve com Mais Individuação a Fidúcia com que os Estranhos Sobem a Arruinar Sua República

    Gregório De Matos
    Senhora Dona Bahia,
    nobre, e opulenta cidade,
    madrasta dos Naturais,
    e dos estrangeiros madre.
    Dizei-me por vida vossa,
    em que fundais o ditame
    de exaltar, os que aí vêm,
    e …

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    Gregório De Matos Descreve um Horroroso Dia de Trovões

    Gregório De Matos
    Na confusão do mais horrendo dia,
    Painel da noite em tempestade brava.
    O fogo com o ar se embaraçava,
    Da terra, e ar o ser se confundia.

    Bramava o mar, …

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    Gregório De Matos Descrevo que era Realmente Naquele Tempo a Cidade da Bahia

    Gregório De Matos
    A cada canto um grande conselheiro,
    que nos quer governar cabana, e vinha,
    não sabem governar sua cozinha,
    e podem governar o mundo inteiro.

    Em cada porta um freqüentado olheiro, …

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    Gregório De Matos Descrição da Cidade de Sergipe Del-Rei

    Gregório De Matos
    Três dúzias de casebres remendados,
    Seis becos, de mentrastos entupidos,
    Quinze soldados, rotos e despidos,
    Doze porcos na praça bem criados.

    Dois conventos, seis frades, três letrados,
    Um juiz, com …

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    Gregório De Matos Embarcado Já o Poeta para Seu Degredo, e Postos os Olhos na Sua Ingrata Pátria Lhe Canta desde o Mar

    Gregório De Matos
    Adeus praia, adeus Cidade,
    e agora me deverás,
    Velhaca, dar eu adeus,
    a quem devo ao demo dar.
    Que agora, que me devas
    dar-te adeus, como quem cai,
    sendo que …

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    Gregório De Matos Epílogos

    Gregório De Matos
    Que falta nesta cidade?................Verdade
    Que mais por sua desonra?...........Honra
    Falta mais que se lhe ponha..........Vergonha.

    O demo a viver se exponha,
    Por mais que a fama a exalta,
    numa cidade, …

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