Desinferno II
Luiza Neto Jorge
Caísse a montanha e do oiro o brilho
O meigo jardim abolisse a flor
A mãe desmoesse as carnes do filho
Por botão de vídeo se fizesse amor
O livro …
O meigo jardim abolisse a flor
A mãe desmoesse as carnes do filho
Por botão de vídeo se fizesse amor
O livro …
O Poema Ensina a Cair
Luiza Neto Jorge
O poema ensina a cair
sobre os vários solos
desde perder o chão repentino sob os pés
como se perde os sentidos numa
queda de amor, ao encontro
do cabo …
sobre os vários solos
desde perder o chão repentino sob os pés
como se perde os sentidos numa
queda de amor, ao encontro
do cabo …
O Corpo Insurrecto
Luiza Neto Jorge
Sendo com o seu ouro, aurífero,
o corpo é insurrecto.
Consome-se, combustível,
no sexo, boca e recto.
Ainda antes que pegue
aos cinco sentidos a chama,
por um aceso acesso …
o corpo é insurrecto.
Consome-se, combustível,
no sexo, boca e recto.
Ainda antes que pegue
aos cinco sentidos a chama,
por um aceso acesso …
Acordar na Rua do Mundo
Luiza Neto Jorge
madrugada, passos soltos de gente que saiu
com destino certo e sem destino aos tombos
no meu quarto cai o som depois
a luz. ninguém sabe o que vai
por …
com destino certo e sem destino aos tombos
no meu quarto cai o som depois
a luz. ninguém sabe o que vai
por …
Álbum de Família
Luiza Neto Jorge
Reconheço a mãe
comia legumes
vivia roendo
entre um cheiro
herbívoro
dizendo
«como vegetais
por vício»
a minha outra mãe
mansa provinha
do ventre polar
de sua mãe
deu-me à …
comia legumes
vivia roendo
entre um cheiro
herbívoro
dizendo
«como vegetais
por vício»
a minha outra mãe
mansa provinha
do ventre polar
de sua mãe
deu-me à …
