A Luz do Teu Amor
Oh! Sim que és linda! a inocência
Em tua fronte serena
Com tal doçura reluz!...
Tanta e tanta... que a açucena
Tão esplêndida a existência
Não lha doura assim à luz!
Oh! que és linda, e mais... e mais
Quando um traço melancólico
Te diviso no semblante
Nos teus olhos virginais!
Que doçura não existe
Ai! ó virgem, nesse instante
Na poética beleza
Desse traço de tristeza
Que te vem tornar mais bela
Mal em teu rosto pousou!
E eu te quero assim, ó estrela,
Que se inspira em mim a crença
Triste... triste, que és mais linda,
Mas dessa beleza infinda
Das ficções da renascença
Que a poesia perfumou!
Fita agora os olhos lânguidos
Na estrela que te ilumina,
Eu não sei que luz divina
De amor nos fala em teu rosto!
Eu não sei, nem tu... ninguém!...
Que a vaga luz do sol posto,
Que a palidez da cecém,
Que a meiguice dos amores,
E que o perfume das flores
Não respiram a harmonia
Desse toque leve... leve
Do mais puro sentimento,
Da mais suave ilusão!
As flores leva-as o vento;
Mas a divinal poesia
Que em teu peito se alimenta
Não a desfaz a tormenta,
Nem a consome o vulcão!
E assim! - Lembra-me ainda
Aquele instante suave!
Havia paixão infinda
No terno gorjeio da ave
Que ao longe... ao longe se ouvia
Ressoar na laranjeira!
Assim foi... assim tão pálida
Que eu te vi a vez primeira
Naquele instante sem par!
Sim! Oh! se a alma do poeta
É como a ardência do mar,
Que se calma e se aquieta
À luz que baixa dos céus;
Eu por ti surgi, ó bela,
O cantor daquela estrela
Que fulge lá no horizonte,
Que me voa a vida em êxtase
Quando sobre a minha fronte
Cai a luz dos olhos teus!
E se o passado foi triste
Sepultei-o num abismo,
E esqueci ao magnetismo
Da tua doce expressão
O gemer da tempestade,
Mais o ralar da ansiedade
Daqueles dias de então!
Se já viste mesmo em sonhos
Ressurgir graciosa e bela
De entre os negrumes da noite
A doce imagem da estrela
Que sorri ao turvo mar;
Faz ideia de minha alma
Que em deserto triste e infindo
Vivia sem uma palma,
E que, um dia... um dia lindo,
Surge à luz do teu olhar!
E depois a melancolia,
Aquela doce cadência
Que tinhas então na fala,
Tão suave como a essência
Que somente a flor exala,
Tudo... tudo me prendeu!
E hoje elevo as mãos ao céu,
E bendigo aquele instante
em que vi a tua imagem
de vaga luz radiante,
Embora seja a miragem
Que na aridez do deserto
Um instante nos fulgura,
E que, ora longe, ora perto,
Bem pouco... bem pouco dura!
Não negues um dia alento
Aos débeis sopros de vida
Que em mim pululam agora
Com mais força e mais calor!
Se vives da luz da aurora
Que à vida te diz bonança,
Eu só vivo da esperança
E da luz do teu amor!
Em tua fronte serena
Com tal doçura reluz!...
Tanta e tanta... que a açucena
Tão esplêndida a existência
Não lha doura assim à luz!
Oh! que és linda, e mais... e mais
Quando um traço melancólico
Te diviso no semblante
Nos teus olhos virginais!
Que doçura não existe
Ai! ó virgem, nesse instante
Na poética beleza
Desse traço de tristeza
Que te vem tornar mais bela
Mal em teu rosto pousou!
E eu te quero assim, ó estrela,
Que se inspira em mim a crença
Triste... triste, que és mais linda,
Mas dessa beleza infinda
Das ficções da renascença
Que a poesia perfumou!
Fita agora os olhos lânguidos
Na estrela que te ilumina,
Eu não sei que luz divina
De amor nos fala em teu rosto!
Eu não sei, nem tu... ninguém!...
Que a vaga luz do sol posto,
Que a palidez da cecém,
Que a meiguice dos amores,
E que o perfume das flores
Não respiram a harmonia
Desse toque leve... leve
Do mais puro sentimento,
Da mais suave ilusão!
As flores leva-as o vento;
Mas a divinal poesia
Que em teu peito se alimenta
Não a desfaz a tormenta,
Nem a consome o vulcão!
E assim! - Lembra-me ainda
Aquele instante suave!
Havia paixão infinda
No terno gorjeio da ave
Que ao longe... ao longe se ouvia
Ressoar na laranjeira!
Assim foi... assim tão pálida
Que eu te vi a vez primeira
Naquele instante sem par!
Sim! Oh! se a alma do poeta
É como a ardência do mar,
Que se calma e se aquieta
À luz que baixa dos céus;
Eu por ti surgi, ó bela,
O cantor daquela estrela
Que fulge lá no horizonte,
Que me voa a vida em êxtase
Quando sobre a minha fronte
Cai a luz dos olhos teus!
E se o passado foi triste
Sepultei-o num abismo,
E esqueci ao magnetismo
Da tua doce expressão
O gemer da tempestade,
Mais o ralar da ansiedade
Daqueles dias de então!
Se já viste mesmo em sonhos
Ressurgir graciosa e bela
De entre os negrumes da noite
A doce imagem da estrela
Que sorri ao turvo mar;
Faz ideia de minha alma
Que em deserto triste e infindo
Vivia sem uma palma,
E que, um dia... um dia lindo,
Surge à luz do teu olhar!
E depois a melancolia,
Aquela doce cadência
Que tinhas então na fala,
Tão suave como a essência
Que somente a flor exala,
Tudo... tudo me prendeu!
E hoje elevo as mãos ao céu,
E bendigo aquele instante
em que vi a tua imagem
de vaga luz radiante,
Embora seja a miragem
Que na aridez do deserto
Um instante nos fulgura,
E que, ora longe, ora perto,
Bem pouco... bem pouco dura!
Não negues um dia alento
Aos débeis sopros de vida
Que em mim pululam agora
Com mais força e mais calor!
Se vives da luz da aurora
Que à vida te diz bonança,
Eu só vivo da esperança
E da luz do teu amor!