À Vista de um Penhasco que, Vertendo Frigidíssimas Águas, Lhe Chamam no Caípe a Fonte do Paraíso, Im
Como exalas, Penhasco, o licor puro,
Lacrimante a floresta lisonjeando,
Se choras por ser duro, isso é ser brando,
Se choras por ser brando, isso é ser duro.
Eu, que o rigor lisonjear procuro,
No mal me rio, dura penha, amando;
Tu, penha, sentimentos ostentando,
Que enterneces a selva, te asseguro.
Se a desmentir objetos me desvio,
Prantos, que o peito banham, corroboro
De teu brotado humor, regado frio.
Chora festivo já, ó cristal sonoro,
Que quanto choras, se converte em rio,
E quanto eu rio, se converte em choro.
In: MATOS, Gregório de. Obra poética. Org. James Amado. Prep. e notas Emanuel Araújo. Apres. Jorge Amado. 3.ed. Rio de Janeiro: Record, 1992
Lacrimante a floresta lisonjeando,
Se choras por ser duro, isso é ser brando,
Se choras por ser brando, isso é ser duro.
Eu, que o rigor lisonjear procuro,
No mal me rio, dura penha, amando;
Tu, penha, sentimentos ostentando,
Que enterneces a selva, te asseguro.
Se a desmentir objetos me desvio,
Prantos, que o peito banham, corroboro
De teu brotado humor, regado frio.
Chora festivo já, ó cristal sonoro,
Que quanto choras, se converte em rio,
E quanto eu rio, se converte em choro.
In: MATOS, Gregório de. Obra poética. Org. James Amado. Prep. e notas Emanuel Araújo. Apres. Jorge Amado. 3.ed. Rio de Janeiro: Record, 1992