Ambiente
A Alexandre de Médicis
A rua é tão estreita
que o luar mal chega às pedras
que pisei, ao vir aqui.
A casa tem pior fama
do que a rua, onde só passa
quem não tem outro caminho.
A sala, onde vim juntar-me
com a baixeza da vida,
tem menos luz do que a rua
e os olhos não têm estrelas.
Há uma mulher perdida
que diz a sua desgraça.
Um marinheiro possante
fala de terras, do mar,
e as suas mãos têm saudade
da guitarra que está longe...
Anda, no ar, perturbante,
um cheiro de vinho novo
que enjoa, mas faz querê-lo
junto com reles comidas.
O pensamento da gente
não se fixa em coisa alguma:
vai como nota de música...
As almas estão com sono.
As horas passam
sem se dar por elas...
... E só longe
alguém cantará o fado.
A rua é tão estreita
que o luar mal chega às pedras
que pisei, ao vir aqui.
A casa tem pior fama
do que a rua, onde só passa
quem não tem outro caminho.
A sala, onde vim juntar-me
com a baixeza da vida,
tem menos luz do que a rua
e os olhos não têm estrelas.
Há uma mulher perdida
que diz a sua desgraça.
Um marinheiro possante
fala de terras, do mar,
e as suas mãos têm saudade
da guitarra que está longe...
Anda, no ar, perturbante,
um cheiro de vinho novo
que enjoa, mas faz querê-lo
junto com reles comidas.
O pensamento da gente
não se fixa em coisa alguma:
vai como nota de música...
As almas estão com sono.
As horas passam
sem se dar por elas...
... E só longe
alguém cantará o fado.