Com tua Imagem na Memória
(À Nilda)
Meu quarto está gelado de Saudade!
As cortinas imóveis… sobre tudo
Desce a tristeza… Meu canário, mudo,
Já não vê quando chega a claridade!
Que silêncio mortal! Nem range a porta…
A sala é um ermo… as horas estão frias…
O piano é um cemitério de harmonias
Dormindo na mudez da noite morta!
Chego à janela: só tristeza existe…
O jardim não tem mais aquele encanto…
O cata-vento que oscilava tanto,
Já deixou de oscilar… tudo está triste!
Fumo um cigarro… em sonhos me embeveço…
Lembro uma data... em cismas me dilato…
Leio uns versos, revejo o teu retrato…
E quero te esquecer, mas não te esqueço!
A vontade de ver-te me tortura!
Não posso mais… cansei na longa espera!
Vem, meu amor! Acorda a Primavera!
Tira minh’alma desta noite escura!...
Fortaleza, 1946.
Meu quarto está gelado de Saudade!
As cortinas imóveis… sobre tudo
Desce a tristeza… Meu canário, mudo,
Já não vê quando chega a claridade!
Que silêncio mortal! Nem range a porta…
A sala é um ermo… as horas estão frias…
O piano é um cemitério de harmonias
Dormindo na mudez da noite morta!
Chego à janela: só tristeza existe…
O jardim não tem mais aquele encanto…
O cata-vento que oscilava tanto,
Já deixou de oscilar… tudo está triste!
Fumo um cigarro… em sonhos me embeveço…
Lembro uma data... em cismas me dilato…
Leio uns versos, revejo o teu retrato…
E quero te esquecer, mas não te esqueço!
A vontade de ver-te me tortura!
Não posso mais… cansei na longa espera!
Vem, meu amor! Acorda a Primavera!
Tira minh’alma desta noite escura!...
Fortaleza, 1946.