Outono
Com a carga de frutos maus maduros,
Nessa estação viril entrei do Outono.
Bradou-me o Desengano, de seu trono:
«Larga os pomos que trazes, tão impuros!
«Não soubeste colher outros mais puros,
«Desgraçado mortal, frouxo colono?
«Isso é que hás-de oferecer da vida ao Dono?
«Um mau agricultor tem maus futuros.
«Pois que inda tens vigor, tem mais juizo!»
O Desengano amigo me dizia.
Mas eu, surdo me fiz ao sábio aviso,
As rédeas não colhi da fantasia,
Deixei corrê-la à solta, sem mais siso,
Pois isso frutos podres só colhia.
Nessa estação viril entrei do Outono.
Bradou-me o Desengano, de seu trono:
«Larga os pomos que trazes, tão impuros!
«Não soubeste colher outros mais puros,
«Desgraçado mortal, frouxo colono?
«Isso é que hás-de oferecer da vida ao Dono?
«Um mau agricultor tem maus futuros.
«Pois que inda tens vigor, tem mais juizo!»
O Desengano amigo me dizia.
Mas eu, surdo me fiz ao sábio aviso,
As rédeas não colhi da fantasia,
Deixei corrê-la à solta, sem mais siso,
Pois isso frutos podres só colhia.